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Quais são as etapas mais difíceis do Caminho de Santiago?

Dicas para fazer o Caminho

Quais são as etapas mais difíceis do Caminho de Santiago?

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28-11-2024

Desníveis, subidas, descidas, tipo de superfície, altas temperaturas, pouco treino... São muitos os fatores que podem transformar uma etapa do Caminho de Santiago num inferno. Por isso não é fácil decidir quais são as etapas mais difíceis do Caminho, pois cada peregrino terá a sua.

Ainda assim, tendo em conta a experiência dos peregrinos e a orografia do terreno, há algumas etapas que aparecem sempre no pódio.

Os Caminhos que percorrem o norte da península são os que habitualmente registam maior grau de dificuldade. Abaixo coletamos algumas das etapas mais difíceis dependendo do percurso escolhido:

Caminho Francês

O Caminho Francês é um dos percursos de longa distância: com mais de 30 etapas, este itinerário jacobino percorre uma grande variedade de paisagens, terrenos e climas. O seu terreno é diversificado e por isso é impossível nos limitarmos a apenas uma etapa:

Saint Jean Pied de Port – Roncesvalles.  Já dissemos noutra ocasião que iniciar o Caminho de Santiago atravessando os Pireneus não é a melhor opção. O peregrino que parte de Saint Jean Pied de Port terá pela frente 24 quilômetros que, à primeira vista, parecem mais do que aceitáveis.

As coisas mudam ao ver os primeiros desfiladeiros a cruzar: Bentartea, com 1.337 metros, e o passo Lepoeder, a 1.430 metros de altitude. As coisas complicam-se quando levamos em conta que as subidas mais difíceis se situam logo à saída de Saint Jean Pied de Port: dos quase 1.400 metros de subida, 600 devem ser superados nos primeiros 8 quilômetros.

A descida até Roncesvalles também não é uma caminhada: 500 metros por um bosque de faias, tão espetacular quanto difícil e escorregadio.

Foncebadón-Ponferrada. Os peregrinos que atravessam a província de León durante seu Caminho Francês muitas vezes temem a subida de Astorga a Cruz de Fierro e Foncebadón, com um desnível de 600 metros. Mas a realidade é que a descida é mais difícil.

A descida de Foncebadón até Ponferrada regista um desnível acumulado de nada menos que 1.000 metros. A etapa possui rampas bastante íngremes, ultrapassando a inclinação de 12% em alguns pontos.

Joelhos, pés e costas costumam sofrer muito numa fase em que entorses, tendinites e ocasionais quedas da bicicleta são os protagonistas.

Villafranca del Bierzo – O Cebreiro. Um dos maiores receios dos peregrinos que percorrem o Caminho de Santiago é a subida ao topo de O Cebreiro, a 1.308 metros de altitude.

A etapa, de cerca de 28 quilômetros, segue calmamente até Las Herrerías. A partir daí é hora de subir. Com um desnível de 7-9 %, o peregrino terá que subir até O Cebreiro, um desnível de pouco mais de 650 metros.

Caminho Primitivo

O Caminho Primitivo é uma das rotas jacobinas mais exigentes. O terreno montanhoso, os desníveis e também o clima fazem com que as suas etapas não sejam isentas de dificuldades. Uma desvantagem que é em grande parte resolvida pela extraordinária beleza do percurso e pela simpatia dos moradores locais.

Apesar de ser um Caminho já difícil, há uma etapa que se torna a “campeã”:

Pola de Allande – A Mesa. A subida ao Palo del Pass é uma etapa tão temida quanto desejada por todo peregrino que faz o Caminho Primitivo.

É, sem dúvida, o mais bonito. Mas a subida até o alto é difícil e não se para de subir até chegar ao topo, localizado a mais de 1.100 metros de altura, superando cerca de 600 metros de desnível. E depois de subir é hora de descer: do alto da serra asturiana até Berducedo.

Caminho do Norte

Com mais de 800 quilômetros, o Caminho do Norte atravessa o norte de Espanha seguindo a costa cantábrica. Embora combine etapas suaves com algumas mais difíceis, as de maior dificuldade encontram-se, sem dúvida, no País Basco.

De todas elas podemos apontar uma como a etapa mais difícil do Caminho de Santiago:

Deba – Markina/Xemein. É uma das primeiras do Caminho do Norte e, tal como a primeira etapa do Caminho Francês, acrescenta dificuldade extra ao percurso. De beleza inegável e tendo a serra basca como protagonista, a falta de serviços não contribui para deixar o trajeto mais leve.

Como protagonista encontramos a subida ao Monte Arno, com mais de 500 metros de altura que se escala do zero. A partir daí, altos e baixos que representam um verdadeiro desafio para o peregrino, não apenas pelos desníveis, mas também pelo estado do terreno.

Caminho Inglês

Embora o Caminho Inglês seja uma rota jacobina curta, parte do seu percurso passa por terrenos rurais com desníveis significativos. Do percurso que começa em Ferrol, a etapa mais difícil é a terceira:

Betanzos – Hospital Bruma. Os quase 30 quilômetros de percurso fazem desta etapa uma das mais exigentes para os peregrinos que percorrem o Caminho Inglês. Cruza paisagens de grande beleza, que só são prejudicadas pela dura subida até Bruma.

Além da extensão e da subida, há uma desvantagem adicional: a ausência de serviços.

Caminho para Fisterra e Muxía

Negreira – Olveiroa. É a etapa mais difícil de todo o Caminho até Fisterra e Muxía, principalmente por sua extensão, de quase 34 quilômetros. A maior dificuldade desta segunda etapa - perto do fim do mundo - está nos seus 11 quilômetros iniciais, onde existem desníveis significativos.

A descida em direção ao mar depois de passar a vila de Mazaricos também requer especial atenção.

Você já fez algum desses Caminhos? Você concorda que estas são as etapas mais difíceis? Conte-nos a sua experiência nos comentários deste artigo ou nas nossas redes sociais (Facebook, Instagram, X ou Youtube).

Para suavizar estas e outras etapas, lembramos que nos Correos temos uma série de serviços à sua disposição: transporte de mochilas, envio de bicicletas, pacotes e malas ou armazenamento em Santiago.

¡Buen Camino!

* Versão para o Português: Bia Leis - Buen Camino: Assessoria Personalizada


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