Guía de aves do Caminho de Santiago

Para cada uma das aves selecionadas foi incluída uma grande ilustração esquemática para facilitar a sua identificação, uma breve descrição das suas características físicas e alguns pormenores dos seus hábitos, índole ou como se relaciona com as pessoas sobre as quais sobrevoa.

Cada ficha sinaliza, ainda, o Caminho onde está presente, o período de observação e informação sobre o estado da espécie (segura, vulnerável ou em perigo), para tentar contribuir para a sua conservação.

Neste artigo recolhemos algumas das características das 12+1 espécies de aves que o peregrino poderá observar na sua peregrinação a Santiago.

Cegonha-branca. Ciconia ciconia.  Ave muito grande, de cor branca e com pernas e bico muito longos e vermelhos. As asas são brancas na frente e pretas atrás. Voa com o pescoço esticado. Constrói enormes ninhos em árvores e em todo o tipo de edifícios e estruturas humanas. Vive em paisagens abertas, cultivadas e com água nas proximidades.

Localização: Caminho Francês, Caminho de Inverno, Caminho Português e Caminho Moçárabe-Via da Prata.

Observação: de março a setembro, embora alguns permaneçam o ano todo.

Milhafre-real. Milvus milvus. Ave de rapina grande e esguia, com asas compridas e estreitas sobre as quais se destacam duas grandes áreas brancas. A cauda é larga e bifurcada. Não há melhor consolo para o Caminho do que observar a evolução aérea dos milhafres. Plana incansavelmente em baixas altitudes sobre paisagens abertas, cultivadas e em descanso.

Localização: Caminho Francês, Caminho de Inverno, Caminho Português e Caminho Mozárabe-Vía de la Plata.

Observação: o ano todo

Rola-brava. Streptopelia turtur.  Um pombo fino e delicado, de cor castanha viva com tons acinzentados e rosados na cabeça e no peito. Seu arrulho nos acompanhará nos dias quentes de verão, quando atravessarmos zonas do Caminho com arvoredos naturais. Quando levanta voo, sua cauda chama a atenção, escura e com bordas brancas.

Localização: Caminho Francês, Caminho de Inverno, Caminho Português, Caminho Mozárabe-Vía de la Plata, Caminho do Norte, Caminho Primitivo, Caminho Inglês, Caminho de Finisterra e Muxía.

Observação: de março a setembro.

Andorinha-das-chaminés. Hirundo rustica.  Passarinho preto brilhante com barriga cor de creme e garganta vermelha. Sua cauda surpreende porque é muito longa e bifurcada. Voador imprudente, acostumado a dar passadas no nível do solo e em alta velocidade na frente das pessoas. Põe seus ovos em ninhos de barro que gruda em telhados e beirais das fachadas das casas.

Localização: Caminho Francês, Caminho de Inverno, Caminho Português, Caminho Mozárabe, Vía de la Plata, Caminho do Norte, Caminho Primitivo, Caminho Inglês, Caminho de Finisterra e Muxía.

Observação: de março a setembro.

Laverca. Alauda arvensis. Passarinho pardo, da cor da terra, com crista, que vive e faz ninho no chão. As duas penas externas da cauda são brancas. Ela gosta muito de cantar enquanto fica parada no ar com as asas abertas. Cumprimenta os peregrinos madrugadores com um canto alegre, repleto de notas. Vive em paisagens abertas com vegetação rasteira, desde o mar até a montanha.

Localização: Caminho Francês, Caminho de Inverno, Caminho Português, Caminho Mozárabe-Vía de la Plata, Caminho do Norte, Caminho Primitivo, Caminho Inglês, Caminho de Finisterra e Muxía.

Observação: o ano todo.

Alvéola-branca. Motacilla alba. Passarinho esguio de plumagem contrastante, branco, preto e cinza. Cauda longa que balança frequentemente. Costuma correr ao lado dos peregrinos, fazendo voos curtos e anunciando-se com um típico chilrear composto por um par de notas. Abunda à beira d’água e em paisagens agrícolas abertas. Também é encontrado em aldeias, vilas e cidades.

Localização: Caminho Francês, Caminho de Inverno, Caminho Português, Caminho Mozárabe-Vía de la Plata, Caminho do Norte, Caminho Primitivo, Caminho Inglês, Caminho de Finisterra e Muxía.

Observação: o ano todo.

Pisco-de-peito-ruivo. Erithacus rubecula.

Inconfundível, é o único passarinho do Caminho com cara e peito cor de laranja. Desperto, vivo e curioso, nos observará com genuíno interesse pousado no chão ou num galho baixo. Em qualquer paisagem fresca e úmida com algum arvoredo nativo. Seu canto melodioso e melancólico confortará o peregrino durante todo o ano.

Localização: Caminho Francês, Caminho de Inverno, Caminho Português, Caminho Mozárabe-Vía de la Plata, Caminho do Norte, Caminho Primitivo, Caminho Inglês, Caminho de Finisterra e Muxía.

Observação: o ano todo.

Cartaxo. Saxicola rubicola. Um passarinho nervoso, de cabeça preta e peito ruivo, que se empoleira muito ereto e à vista na ponta dos arbustos. Um “cachecol” branco aparece dos lados do pescoço. Ele cumprimenta os peregrinos que cruzam seu domínio com um som característico acompanhado de um tique nervoso da cauda e das asas. Vive em paisagens com arbustos altos.

Localização: Caminho Francês, Caminho de Inverno, Caminho Português, Caminho Mozárabe-Vía de la Plata, Caminho do Norte, Caminho Primitivo, Caminho Inglês, Caminho de Finisterra.

Observação: o ano todo.

Melro. Turdus merula. Um pássaro grande, preto (macho) ou marrom escuro (fêmea), com bico e anel ocular cor de laranja (somente machos). Talvez ele nos dê uma olhada quando nos vir passando pelo Caminho, enquanto procura minhocas nos prados próximos. Diligente e um tanto barulhento, ele canta muito e muito bem. Incrivelmente adaptável, pode ser encontrado em todos os tipos de paisagens.

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Observação: o ano todo.

Chapim-azul. Cyanistes caeruleus. Um passarinho hiperativo e corajoso cuja plumagem combina azul, preto e amarelo de acordo com um padrão único e inconfundível. Azul são a parte de trás das asas e a coroa da cabeça. Pode ser que ele decida nos acompanhar por um tempo, movendo-se por entre as árvores nas margens do Caminho. O chapim-azul é, em essência, uma ave típica da floresta caducifólia autóctone.

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Observação: o ano todo.

Pardal. Passer domesticus. Passarinho de plumagem marrom e cinza com babador preto, que anda saltitando. Bico curto e grosso. Alegre, barulhento e falante, a alegria dos pardais saudará o caminhante em todas as cidades e aldeias ao longo do Caminho.

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Observação: o ano todo.

Pintassilgo. Carduelis carduelis. Um passarinho multicolorido, de bico pontiagudo e cara vermelha, como se a tivesse colocado em um potinho de tinta vermelha. As asas são pretas e cruzadas por uma faixa amarela bastante larga. Voam em pares ou pequenos grupos e cumprimentam os caminhantes com uma alegre saudação de duas ou três notas.

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Observação: o ano todo.

Gralha-preta. Corvus corone. Uma ave grande, completamente preta, com uma cauda em forma de leque. Voo direto, mas um tanto preguiçoso. Inteligentes e sociáveis, as gralhas aprenderam a viver em todos os tipos de habitats. Costumam cumprimentar do alto das árvores com um grito rouco e áspero. Eles procuram sua comida no chão.

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Observação: o ano todo.

Você pode obter o Guia de Aves nas agências dos Correios correspondentes às seguintes Rotas Jacoebinas:

Caminho Francês: Burguete, Jaca, Pamplona, ​​​​Logroño, Burgos, León, Ponferrada, Sarria.

Caminho Português: A Guarda, Tui, Pontevedra.

Caminho Inglês: Ferrol.

Caminho do Norte: San Sebastián, Bilbau, Santander, Gijón, Ribadeo.

Caminho Primitivo: Oviedo, Lugo.

Caminho de Inverno: Monforte de Lemos.

Caminho Mozárabe-Via da Prata: Ourense.

Além disso, você pode obtê-lo no escritório de Santiago de Compostela (Rúa do Franco, 4; 2 minutos da Plaza del Obradoiro)

Esperamos que você goste deste guia tanto quanto nós. E o mais importante: que o ajude a desfrutar do patrimônio natural do Caminho de Santiago e que contribua para preservá-lo.

¡Buen y sostenible Camino, peregrinos!

* Versão para o Português: Bia Leis – Buen Camino